sábado, 15 de agosto de 2009

COMEÇAR DE NOVO

Tudo está silencioso...
Não escuto nem o mar...
A lua me compreende e parou de falar,
Me deixando em paz com meus pensamentos.
Então, mergulho em mim mesma,
Indo resgatar no fundo da mente
Recordações que afundaram com o tempo, esquecidas.
Na superfície, aparecem cenas cheias de amor,
Momentos felizes que partilhei com ele.
Agora, esse mar vaza dos meus olhos
Inundando todo o meu rosto.
Esses mesmos olhos que viram tantas coisas em outros olhos,
Como amor, carinho e promessas,
Agora estão cegos pelas lágrimas.
Minhas mãos tremem,
Essas mesmas mãos que enlaçaram
Outras mais fortes e, ao mesmo tempo,
Carinhosas e suaves,
Agora parecem sem vida,
Quebradas como mãos de porcelana.
Meu corpo todo é sacudido pelos soluços que não consigo segurar.
Minha cabeça gira como se estivesse
Dentro de um redemoinho
Que me levasse cada vez mais para o fundo, sem volta.
Agora, minha consciência está escura.
Tudo está escuro: o céu, o mar...
Apenas uma luzinha fraca e tímida brilha ao longe.
Começo a prestar atenção nela
Enquanto se aproxima, aumentando de intensidade e tamanho.
Vou me acalmando, vendo, sentindo e ouvindo essa luz.
De repente, ela se apaga.
E eu vejo o céu e a lua,
Sinto a brisa fria no meu rosto,
Ouço o mar batendo na areia.
E volto à realidade:
Vou... começar de novo...

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Rio de Janeiro
Um EUNIGMA, até para mim mesma