terça-feira, 19 de junho de 2012

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Confesso que tinha algum preconceito com spa. Achava que era um lugar cheio de domdocas que nada tinham pra fazer e só queriam relax. Depois que minha amiga querida Ana passou uma semana em um, comecei a rever meus conceitos. E depois que comecei a pensar em ir pra um spa, descobri que vários amigos já tinham ido, até o meu chefe gordinho e que  hoje leva  uma vida frugal e simples. Como eu disse, preconceito puro. A primeira coisa que me chamou a atenção quando aqui cheguei no Grand Village foram as pessoas. Gente do bem para atender e gente do bem sendo atendida. A maioria, mulheres. Mães trabalhadoras, mulheres ocupadas, donas de casa, aposentadas que já viveram muita coisa, mulheres solteiras, divorciadas e casadas.  Não sei se é só aqui, mas a forma como o lugar te recebe é muito especial: a gente sente como se um grande abraço aconchegante de boas-vindas nos recebesse, nos aconchegasse. Tudo vai ficar bem, tudo vai dar certo. As histórias dessas mulheres não são triviais: até nos casos felizes, pode-se identificar um drama, algo que nos mobilizaríamos assistindo em uma novela,  por exemplo, mas que muitas vezes não tomamos conhecimento na vida real. Como a Márcia, mãe aos 21 amos, e depois, novamente, aos 38, do mesmo marido, como gosta de ressaltar. Como a vinda do segundo filho mudou tudo na vida da família, como alterou seu ritmo no trabalho, e como essa nova experiência está mexendo tanto com ela. É outra categoria de culpa, ser mãe de um bebê novamente após tantos anos. É quase uma nova primeira vez. Ou a história da Sabrina, mulher de 33 anos, velha conhecedora de spas,  autora de uma das frases mas fortes que ouvi por aqui: "sou uma gorda infeliz". Isso foi dito  há 12 quilos atrás.  Me mostra a foto daquele passado e parece outra persona, mais velha, diferente. Essa Sabrina na minha frente, que abriu seu coração pra mim no primeiro jantar, é outra, emocional e literalmente mais leve, mais bonita e mais decidida a se manter firme nesse propósito de atingir seu objetivo. E todos à volta torcem, incentivam, apostam no sucesso dela. Tem ainda a Nancy e o Aldo, casal com quem pouco conversei mas que quando se despediram fizeram questão de minha presença na fotografia. Ganhei um abraço gostoso e um convite para visitá-los  em Angra. Aquele gesto me comoveu, o carinho do abraço também. Neste spa somos todos parte de um grande família, onde os professores, os funcionários e os donos fazem de tudo para nos ajudar a superar nossos desafios. Como uma mãe, torcem pela gente, orientam, têm sempre uma palavra de incentivo, acreditam mais na gente do que a gente mesmo. E as mulheres spadianas (não spadistas, como eu estava dizendo) seguem em frente, dormem e acordam pensando em como será mais um dia neste lugar bonito.  A perda de peso é uma meta, mas os ganhos secundários, para mim, serão muito melhores: a busca por uma vida mais saudável, em todos os sentidos; o aprendizado sobre alimentos bons pra mim; os ricos relatos que estou ouvindo aqui, cada um me ensinando da vida mais um pouco. E, é claro, essas novas amigas que estarei acrescentando à minha vida, com suas histórias, suas lembranças, seus problemas e sonhos compartilhados aqui.

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Um EUNIGMA, até para mim mesma